terça-feira, janeiro 09, 2007

APOCALIPSE


Poeta louco e sonhador,

finge sempre que sofre,

imitando a dor,

guardando moedas velhas no cofre,

dirfarçando seu rancor.

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Rabiscos no papel amarelado,

algum escrito não muito nobre,

uma vontade de ter dito e não só pensado,

trabalhando para ser menos pobre,

Triste e deprimido,

estabelecendo um diálogo incompreendido,

por detrás de uma cortina,

onde se encontra a mina,

que pode ser de diamantes ou explosiva,

ou talvez o que procures de maneira evasiva?

se é para perceber algo mais, então viva!

+++

Labirinto de palavras desordenadas,

na tentativa de parecer ser decente,

nas oportunidades não aproveitadas,

de forma trôpega e decadente,

muitas foram esquecidas,

ande, siga em frente!

mesmo que por estradas esburacadas,

se acha que não consegue, ao menos tente!

isso aqui não é um jogo de cartas marcadas,

ou é!?

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Mente o que sente,

numa frase articulada,

encanta muita gente,

bebe uma gelada,

conversa bastante,

dá uma gargalhada,

com a barriga igual à de uma gestante,

sentado na calçada.

fuma um cigarro rapidamente,

solta uma baforada,

pensando como era antigamente,

enquanto as flores murcham na sacada,

sob um sol escaldante e ardente,

capaz de deixar a pele bronzeada e queimada,

misto quente,

torrada,

palavras, palavras....mais uma tragada,

infelizmente,

a palavra está engasgada,

razão dessa salada,

numa disposição desordenada,

acredito que até errada,

mas de maneira convincente.

+++

Pregador apocalíptico,

visionário e crente,

poeta sonhador lunático,

voto em ti para presidente,

mesmo não sendo político,

para mim é suficiente.

estamos num momento crítico,

já estou rilhando os dentes,

pois as pegadas foram apagadas,

palavras perdidas,

mensagens deletadas,

verdades mascaradas,

resultando em interpretações equivocadas.

+++


"Quando os pássaros de ferro desovarem os ovos de fogo, quando os homens dominarem os ares e cruzarem o fundo dos mares; quando os mortos ressuscitarem; quando descer fogo dos céus e os homens do campo não puderem alcançar as cidades e os das cidades não conseguirem fugir para os campos; quando estranhos aparelhos forem vistos no céu e coisas extravagantes forem observadas na Terra; quando jovens e velhos tiverem visões, premonições e fizerem profecias; quando os homens se dividirem em nome de Cristo; quando a fome, a sede, a miséria, a doença e os cemitérios substituírem as povoações das cidades; quando irmãos de sangue se matarem uns aos outros e as criaturas adorarem à besta, então os tempos terão chegado"

João, o evangelista